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De Volta à Aruanda Dona Zilméi
De Volta à Aruanda Dona Zilméi

Publicado e escrito pelo médium : Alexandre Cumino.

 

Filha Carnal de Zélio de Moraes

Com pouco menos que a idade da Umbanda,

No mês em que completaria seus 96 anos de idade.

 

Ontem, 16 de Setembro, as 17:30hs,

“Mãe Zilméia” voltou à pátria espiritual.

 

 

 

Médium da “Velha Tiana” e do Caboclo Branca Lua, desde cedo acompanhava seu pai nas atividades de Umbanda, chegando a ceder seu quarto para consulentes e desvalidos que Zélio levava para tratar em casa. Ao lado de sua irmã, Zélia, esteve durante muitos anos a frente da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade (TENSP), com o desencarne desta assumiu os trabalhos da primeira tenda de Umbanda do Brasil, até que por sua vez também passou a condução para sua filha Lygia Cunha, atual dirigente, ao lado de seu filho Leonardo Cunha.

 

Carneirinho, desta forma Pai Antônio e o Caboclo das Sete Encruzilhadas costumava chamar a filha que teria como designação dar a continuidade na linhagem familiar de condução espiritual iniciada no dia 15 de Novembro de 1908.

 

Dona Zilméia, como gostava de ser chamada, sem formalidades ou títulos, certa vez ao ser questionada

(Por Marques Rebelo da Revista Espírita de Umbanda) sobre “como era ser a sacerdotisa responsável da TENSP?”

 Respondeu que era apenas médium como todos os outros e que tinha sim mais responsabilidades e nada mais.

 

Ao definir o que é Umbanda, sempre fazia repetir as palavras do “Chefe” (C.das 7 E.):

“Umbanda é Amor e Caridade”.

 

Médium exemplar em sua postura, comunicava-se por meio da Clarividência, Clariaudiência e Incorporação, costuma ver o C.das 7 E. passar como se fosse um “flash de luz” ou um “raio”, sentia a presença do mundo astral tão viva como a maioria de nós percebe o mundo da matéria. Em algumas oportunidades manifestou (“deu passagem”) ao Preto Velho Pai Antônio, que trabalhou de 1908 a 1975 com Zélio de Moraes.

 

Sou suspeito para falar de Dona Zilméia, pois a todos ela acolhia com coração de mãe, e comigo não seria diferente, sua presença física era realmente algo marcante, sua fé lapidada  por meio de fenômenos vividos nesta Umbanda, era realmente algo reconfortante e de dar esperança aos mais céticos. Contadora de histórias não se cansava de repetir fatos da vida de seu Pai e de tantos outros médium que passaram pela TENSP.

 

Poderia ainda fazer relembrar muitas situações vividas pela querida Zilméia, que sempre se lembrava do “Delegado Paula Pinto” que vinha fechando todos os terreiros de Umbanda no Rio de Janeiro e que desmaiou aos pés de Pai Antonio, se tornando freqüentador da casa após este episódio. Nos lembrava situações com Benjamim Figueiredo (Médium do Caboclo Mirim) e de pessoas que teriam se curado das mais delicadas deficiências, como cegueira, paralisia e até uma senhora que dada como morta foi “revivida” por meio de trabalhos de Umbanda.

 

Sua história se confunde com a história de seu Pai e também com os “primórdios” da Umbanda.

 

Não posso afirmar que foi a médium de Umbanda com mais idade, na atualidade,

mas com certeza é aquela que esteve mais tempo na pratica da religião,

pois aos 96 anos, quase completos, nasceu, viveu e agora renasce para a Aruanda...

 

É dia de tristeza para muitos de nós aqui na terra que guardamos saudades dos que queremos em nosso coração,

mas com certeza é festa no Juremá...

 

Zilméia de Moraes Cunha é mais uma luz a iluminar o Céu da Umbanda, ao lado de Zélio de Moraes, Leal de Souza, Benjamim Figueiredo, Ângelo Scritori, Lourenço Braga, Pai Jau, Nelsom Braga Moreira, Felix Nascentes Pinto, Capitão Pessoa,  João de Freitas, Martha Justina, Leopoldo Betiol, Yokaanam, Oliveira Magno,  Joana Imparato, Maria de Toledo Palmer, Graziana, Moab Caldas, Atila Nunes, João Severino Ramos, Emanuel Zespo, Dr. Menezes, Mario Paulo, Pedro Furlam, Hilton de Paiva Tupinanbá, Demétrio Domingues e tantos outros médiuns que cumpriram sua missão e hoje ao lado de Caboclos, Pretos Velhos, Baianos etc. São nossas luzes, nossos mais velhos e ancestrais... de uma tradição ainda muito nova mas que desde cedo já dava e ainda dá bons frutos....

 

Oxalá lhe ampare e guie minha querida “Dona Zilméia”

Sua benção a este filho... que a guardará sempre no coração.

Alexandre Cumino