Publicado por pai Alexandre Cumino
Umbanda e Cabala
(E. Pellizari)
A palavra Umbanda, escrita em caracteres hebraicos, revela interessantes mistérios que a Cabala Judaica (Kabalah) pode nos decifrar.
Primeiro Mistério
UMBANDA pode ser escrita com sete letras hebraicas (elas possuem nome): ALEPH, VAV, MEM, BEITH, NUN, DALET E HEY. Aqui encontramos as Sete Linhas e os Sete Orixás.
Os valores numéricos correspondentes são (as letras também possuem um número):
Aleph (01), Vav (06), Mem (40), Beith (02), Nun (50), Daleth (04) e Hey (05).
Logo, a soma da palavra Umbanda é 108.
Em hebraico, temos outras palavras com este mesmo valor.
As palavras com o mesmo valor são irmãs, ou seja, possuem a mesma vibração ou poder.
Assim, temos as seguintes palavras irmãs de Umbanda :
1) Chanakh: dado graciosamente e 2) Vayatzev: e ele levantou.
Nós encontramos estas duas palavras no Livro do Gênesis da Bíblia.
A primeira em Gn: 33, 5 e a segunda em 33, 20.
“Lemos na primeira: “Os filhos que Deus (tem) graciosamente dado” e na segunda: “e ele levantou ali um altar e chamou-lhe Deus”. Isto ocorreu quando o Patriarca Jacó chegou na cidade de Siquém.
O significado místico desta passagem é de grande importância,
pois vemos aqui inseridas a origem divina da doutrina ou religião umbandista.
Jacó, o Patriarca, é a raiz das Doze Tribos de Israel.
Segundo a passagem acima, ele levantou um altar ao Altíssimo e Onipotente Senhor.
Este altar, uma rocha consagrada, é chamado de “Deus”, pois representa a divindade fincada na terra.
Uma espécie de “assentamento” ?
Desta forma, cabalisticamente lemos :
1. Que a Umbanda desceu do Céu (plano astral superior).
2. Como uma rocha, ela é forte, firme e tem base muito sólida.
3. Também é eterna, pois os homens não podem mudar os desígnios divinos.
Segundo Mistério
Umbanda começa com a letra Aleph.
Esta letra simboliza o “início”, pois é a primeira letra da escrita sagrada.
Aleph é uma imagem do Deus Criador, o princípio de tudo.
A Umbanda convida o adepto a voltar à sua origem divina.
Uma religião autêntica vem de cima (astral superior, o mundo da unidade), não de baixo (astral inferior, o mundo da confusão).
O Orixá identificado com Aleph é Oxalá, o Grande Senhor das Alturas, o Pai da Pureza (branco, luminoso).
No sincretismo afro-católico é Yashua, Jesus o Nazareno, vestido de alva túnica, emanação do Pai Invisível (Olorun, Zambi).
Aleph na Cabala é também o ar.
Sem ele não existe vida.
Este ar relaciona-se com o espírito, a porção divina encarnada na matéria.
Isto nos lembra o primeiro espírito que revelou a origem do movimento umbandista: O Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Vemos aqui, novamente, o número sete!
Ora, o próprio nome da Umbanda também veio das alturas, do princípio...
Umbanda é sete (poderes, raios, vibrações), veio do um (mundo da unidade), seu revelador era sete (Sete Encruzilhadas) e se manifestou do um (Olorun).
Isto é Cabala!
Terceiro Mistério
Umbanda, como vimos, tem sete letras.
A letra do meio desta palavra mágica, o coração dela, é a letra Beith.
Esta letra significa casa, tenda ou abrigo.
Misticamente pode ser compreendida como templo ou santuário.
Com a letra Beith Deus inicia a Bíblia (Antigo Testamento) em hebraico.
A Bíblia é também patrimônio dos umbandistas.
Mas, teria a Umbanda uma Bíblia especial ou revelação escrita particular, como as outras religiões?
Seguindo a tradição da Cabala, encontramos o seguinte ensinamento.
Como Deus é o princípio (letra Aleph), Beith é a criação e a criatura.
A melhor representação da criação é a Mãe Natureza.
Ela é a Bíblia viva e misteriosa.
Quando mergulhamos nos segredos da Natureza, compreendemos melhor Deus.
Ela é um livro aberto, mas só que os que ficam em silêncio e em atitude de respeito dentro e diante dela, conseguem ler suas palavras de sabedoria.
Para a Umbanda, a Natureza é o rosto visível de Deus.
Também é o santuário ou templo natural dos discípulos deste culto sagrado.
Lá na mata, cachoeira, pedreira, rio ou mar, Deus e seus mensageiros (Orixás) se mostram mais intimamente.
Por isto, a Umbanda pode orgulhar-se de ter o melhor santuário da criação e a mais bonita Bíblia do mundo.
Ninguém precisa fazer faculdade ou pagar para ler esta escritura.
Também nunca existirão padres ou pastores donos dela!
Ela é Mãe de tudo e de todos.
A Natureza é livre e soberana.
Assim, podemos afirmar sem rodeios:
A Umbanda é cabalística, como a Cabala é umbandística.
São duas rosas irmãs, do imenso roseiral do Jardim de Oxalá.
Shalom!
11-12-2010 13:58:55